O console de mixagem ou “mixer” é um componente central na maioria dos sistemas de som. Na verdade, o mixer usado terá grande influência na operabilidade e eficiência de todo o sistema. Uma das primeiras decisões que deverá ser feita ao projetar um novo sistema de som é se um mixer digital ou analógico será usado.

Descrita em termos mais simples, a diferença entre os mixers analógicos e digitais é se os sinais de áudio são processados internamente em seu formato analógico original ou se são convertidos e processador no formato digital. Os mixers digitais estão ganhado popularidade rapidamente por sua conveniência, expansibilidade e resistência a ruídos (consulte “Os méritos do som digital” na Parte 1). Mas ainda existem situações nas quais o analógico é preferível. Vamos verificar os recursos de cada um deles.

Cinco dos mais importantes recursos dos mixers digitais estão listados abaixo. Todos esses recursos estão relacionados aos benefícios descritos em “Os méritos do som digital” na Parte 1. Deve ser mais fácil entender a “imagem grande” se você voltar e rever as informações.

Muitos mixers digitais oferecem algum tipo de memória na qual as configurações podem ser armazenadas e então retomadas instantaneamente sempre que necessário. Esta pode ser uma grande vantagem em um salão de banquetes, por exemplo, onde as configurações necessárias podem mudar frequentemente para diferentes tipos de eventos e diferentes configurações de sala. Mesmo se for necessário algum ajuste refinado, a capacidade de simplesmente retomar um conjunto completo de parâmetros básicos o mais próximo do necessário pode reduzir drasticamente o tempo e esforço necessário para instalação em um evento. E se houver algum erro, será fácil reverter as configurações básicas.

A tecnologia digital possibilitou o desenvolvimento de muitas das funções de mixagem que simplesmente não estavam disponíveis em sistemas analógicos. A supressão automática de microfonia é um exemplo. O “ducking” automático que diminui o nível da música de fundo quando um anúncio estiver sendo feito é outro exemplo. Mais detalhes serão apresentados na seção “Funções de mix automático”.

Muitos mixers digitais também conta com funções de processamento digital como efeitos projetados para suportar as aplicações pretendidas do mixer. Isto torna desnecessário a compra de dispositivos externos de processamento de sinal adicionais, reduzindo significativamente o custo total do sistema, em como o espaço da instalação. Esta é uma saída dos sistemas analógicos para os quais equipamento adicional teve que ser adquirido e instalado para fornecer as funções de processamento digital necessárias para cada aplicação individual. Existem mixers analógicos que incluem algumas funções integradas de processamento, mas ao contrário do mixers digitais nos quais todo o processamento necessário pode ser implementado por software, a capacidade de processamento adicional influencia diretamente o custo e tamanho físico de um mixer analógico. Para as mesmas capacidades de mixagem e processamento, um mixer digital sempre oferecerá economia superior.

(Figura: A tecnologia digital possibilita oferecer recursos convenientes de suporte de mix. )

(Foto: Yamaha LS9-16))

Mixers digitais expansíveis possibilitam conexão em uma grande variedade de dispositivos externos. Controladores com painel sensível ao toque, por exemplo, podem facilitar a operação diária de um conjunto específico de parâmetros frequentemente usados mesmo para usuários inexperientes, mantendo ocultos os parâmetros que não devem ser alterados. Mais detalhes serão apresentados na seção “Equipamento periférico”.

Um sistema de som baseado em um mixer digital que usa transmissão digital para sinal de áudio será altamente resistente ao ruído induzido, como descrito na seção “Os méritos do som digital” na Parte 1. Visto que o ruído se torna mais do que um problema em distâncias maiores de transmissão, os benefícios da transmissão digital em uma instalação de áudio aumentam conforme o tamanho da instalação aumenta.

Embora os mixers analógicos normalmente tenham um controle por função, em um mixer digital é possível atribuir diversas funções a um único controle, com alteração de função via controle físicos ou controles virtuais em um display. Isto possibilita reunir um grande número de funções em um espaço relativamente pequeno. Se você comparar os mixers analógicos e digitais que oferecem o mesmo número de canais, você verá que os mixers digitais tendem a ser significativamente menores.

Mixers analógicos têm duas principais vantagens.

Se apenas alguns canais com conjunto básico de recursos de mixagem forem necessários, um simples mixer analógico pode ser uma opção mais econômica do que um mixer digital.

Conforme mencionado acima, os mixers analógicos normalmente têm um controle para cada função, todos visíveis e acessíveis diretamente por meio do painel de controle. A disposição do controle segue de forma lógica o fluxo do sinal do mixer, portanto, é de compreensão relativamente fácil. Este tipo de operação fácil e lógica pode ser uma vantagem em salas públicas e escolas, por exemplo, onde diversas pessoas, algumas com pouca ou nenhuma experiência, talvez precisem operar o sistema. Nestas situações, pode ser necessário proteger os controles e funções que não devem ser alterados com tampas de proteção.

Estas são as diferenças básicas entre os mixers digitais e os analógicos. Dependendo da aplicação, a escolha de um mixer digital ou analógico pode fazer grande diferença na operabilidade e economia total do sistema. A seguir vamos ver outra consideração importante para a escolha do mixer: configuração.